My Kicks Blog

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Como começaste enquanto artista? 

“Começar enquanto artista? Excelente questão.

Talvez possa arriscar e dizer que comecei, de forma ainda um pouco verde e pouco autónoma, aquando da construção e manipulação da minha primeira marioneta no Serralves em Festa. O conjunto das nossas apresentações, minha e dos meus colegas de turma, chamava-se Damas, Donzelas e Princesas.

Cada um desenvolveu uma personagem e um conceito para a mesma, desenhou e construiu a sua marioneta e projetou uma apresentação para o público em espaços específicos de Serralves.

Penso que aí começou a nascer e a despoletar o meu discernimento e personalidade artística enquanto criadora e artista.

Como criadora e artista de forma declarada e independente? Outra excelente questão. Arrisco-me novamente dizendo que, talvez, aquando da criação da minha marioneta de fios de escala humana.”

Enquanto artista talvez ouse definir-me como alguém camaleónico

“Tal como o camaleão que se adapta ao ambiente que o rodeia, considero que eu facilmente me muto e me adapto ao que me envolve – criando ou a partir do meu corpo ou de materiais e/ou objetos que me rodeiam.

Sou uma pessoa muito curiosa e, ao longo do meu percurso, tenho apostado em enriquecer-me nas diversas áreas e propostas que me são apresentadas.

Desenvolvi-me principalmente como intérprete e marionetista, mas, sempre que surgiram outros projetos ou interesses, adaptei-me e formei-me para conseguir ser criadora noutras áreas. Recentemente, assumi como co-criadora a realização de uma curta-metragem de stopmotion – Nata Desta Vida – e como realizadora de um filme em película, ainda em desenvolvimento.

Paralelamente, cresci enquanto diretora de casting, que vai ao encontro da minha formação e profissão enquanto intérprete e produtora, uma vertente mais lógica e pragmática – não tão artística. Apesar de não ser tão evidente e enriquecedor a nível artístico, complementou-me e considero que me atribui essa perspetiva camaleónica enquanto artista e profissional, pois já me mutou a nível de processo criativo e, até mesmo, interpretativo.”

Existe uma ligação entre os vários projetos que desenvolveste? 

“Refletindo sobre o meu percurso, talvez não encontre muitas ligações entre os vários projetos. Apercebo-me que existe, talvez e após bastante reflexão, uma linha muito ténue de ligação em trabalhar o corpo, quer vivo quer inanimado e manipulá-lo e animá-lo para um propósito artístico – desde o meu corpo enquanto intérprete, passando pelas marionetas e manipulação de objetos até à criação de animação dos objetos através do stopmotion.”

A curiosidade da artista pelas marionetas despertou ao longo do seu curso, a construção desta marioneta em específico foi realizada numa formação com Marcelo LaFontana.

Encontras alguma ligação entre a moda e a arte? Porquê?  

“Questão caricata, pois, para mim, até ao momento era intrínseco que a moda e a arte tivessem uma ligação. Tendencialmente o meu raciocínio prende-se com: existe um designer de moda que esboça e desenvolve uma linha e/ou conceito de roupa. Um artista que se expressa através da moda. Poderei automaticamente ter pensado assim por ter vindo de um percurso académico onde existia essa possibilidade e essa vertente de estudo onde criamos, esboçamos e justificamos o nosso conceito e criação.

Independentemente disso, realizei uma pesquisa sobre o significado de moda no dicionário: “(…) uso passageiro que regula, de acordo com o gosto do momento, a forma de viver, de se vestir, etc.(…)”.

Inicialmente, com esta perspetiva, fiquei com alguma relutância em considerar que existe uma ligação, mas pensando bem: o gosto do momento não vem muito da cultura e arte que consumimos? A forma de viver não é extremamente influenciada pela arte que se pratica?

Portanto, sim. Considero que, em níveis diferentes, mais ou menos visivelmente, consoante a perspetiva e época, a moda e a arte estão sempre interligadas.”

Sugestão do artista

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